domingo, 18 de março de 2012

NUNCA ESTIVE MELHOR

E a causa tocada por um simples sitiante chegou ao tribunal. O juiz perguntou:
- Senhor Osmar Téllos, neste processo o senhor pede reparação financeira por danos dizendo que ficou com sérios problemas físicos após um acidente em que a carroça em que o senhor estava foi abalroado pela camionete do senhor Passos Dias Aguiar, mas conforme consta dos autos, no dia do acidente, mais especificamente no local do acidente, foi registrado no boletim de ocorrência policial, que o senhor, após ser perguntado por um dos policiais que havia atendido a ocorrência, declarou prontamente: - “Nunca estive melhor”. - Agora o senhor solicita reparação financeira por ter ficado com várias seqüelas em decorrência do acidente! Afinal de contas, alguém está mentindo nesse processo, e isso é grave!
- Meritíssimo, eu posso explicar?
- Pode senhor Osmar Téllos, explique!
- Sabe o que é Meritíssimo! No dia do acidente, lembro-me como se fosse hoje, ia eu tranquilamente sentado no banco da minha velha carroça, ao lado estava meu cachorro Cheleléu e, puxava a carroça, minha égua Lerda, de repente, veio aquele maluco que está perto do seu adveogado, ele dirigia sua camionete de forma aloprada, não parou no cruzamento e bateu na minha carroça, quando eu dei por mim, estava jogando no chão vários metros da carroça, o meu grande amigo Cheleléu estava caído a alguns metros depois e, a minha fiel égua Lerda, estava estendida ao lado da carroça, logo chegaram três policiais, desceram do carro, foram em direção ao meu cachorro Cheleléu, olharam, olharam, um dos policiais retirou o revólver, olhou para os outros policiais e disse: - O cachorro está muito mal! – Em seguida deu um tiro no pobre Cheleléu, em seguida foram até onde estava minha égua Lerda, olharam, olharam e, novamente, o policial disse: - A égua está muito mal! – E deu um tiro na minha amada égua Lerda, e eu vendo tudo aquilo sem poder fazer nada. Depois os três policiais vieram em minha direção, o policial que havia atirado no meu cachorro e na minha égua ainda estava com o revólver na mão, eles chegaram perto de mim e um perguntou: - Como o senhor está? – Eu não tive dúvida, respondi rapidamente: - Nunca estive melhor. - Afinal de contas, eu sou caipira, mas não sou besta!

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